6 de dez. de 2010

Estética e interpretação no palco da vida



No meio do ano paramos tudo. Todas montagens, todos processos. Vários questionamentos foram levantados. E nas reflexões, buscando por respostas, começamos a construir novos caminhos. Um dos apontamentos era fudnamental: queríamos estudar. Criamos então o Núcleo de Estudo de Estética Teatral e a Oficina de Interpretação. Foram encontros muito proveitosos. Ainda precisamos trabalhar melhor a dinâmica do processo, mas ao longo desses quatro meses pudemos desenvolver uma percepção melhor do que é esse negócio que a gente quer fazer: teatro.
No Núcleo de Estudo de Estética Teatral fomos até lá na Grécia, no surgimento do teatro, e percorremos um longo caminho até a França de Molière. Não conseguimos chegar até os dias de hoje. Núcleo de Estética II e 2011, talvez?
Na Oficina de Interpretação não conseguimos ver tudo que queríamos. Pelo menos do que eu acredito que seria interessante. Trocamos uma idéia com o Stanislawski, estudamos como estudar um texto dramático e colocamos isso em prática. Um primeiro resultado disso pode ser conferido nos depoimentos que apresentamos recentemente no Espaço e no Caleidoscópio. O resultado de um outro exercício poderá ser visto neste domingo na apresentação que faremos no Teatro Municipal com a Oficina da Dança, "No palco da vida". Dividimos o grupo em duplas e cada uma delas escolheu um texto de um autor nacional para ser estudado e uma pequena cena ser montada. ficou assim:

O Rodrigo e a Natália com "Três esgares cômicos" de Luis Alberto de Abreu.


A Juliana e o Guilerme com "Dores de Amores" do Leo Lama, filho do Plínio Marcos.


O Lélis e a Bruna com "A degola" da Paula Chagas Autran.


A Giovanna e a Thalita com "A Dama de Copas e o Rei de Cuba" do Timochenco Wehbi.


A Carol e o Luan com "Jorginho, o machão" da Leilah Assumpção.


A Rose o e Celso com "Eles não usam black-tie" do Gianfrancesco Guarnieri.


E A Júlia e o Danilo com "Quando as máquinas param" do Plínio Marcos.


Também tem a Gabriela e Analu com "Brutal" do Mario Bortolotto, mas as duas são de açucar e não foram no dia que a gente tirou as fotos porque tava chovendo.


Dia 12 apareçam lá pra ver todo esse povo, além do pessoal da Iniciação e o pessoal da Oficina da Dança!

2 de dez. de 2010

NOS PALCOS DE BOTUCATU


Neste final de semana tem estréia no Teatro Gino Carbonari. Os alunos do curso de teatro apresentam "A Farsa da Boa preguiça", de Ariano Sussuana. A direção é da Juliana Spadot e no elenco vários notívagos e burlescos.

Danilo Batista, Thalita Lanças e Lélis Luciano


A FARSA DA BOA PREGUIÇA

Elenco
Lélis Luciano, Thalita Guerreiro Lanças, Bianca Bosco, Bruna Balbi, Laís Venturini, Andressa Antero, Rodrigo Ribeiro, Danilo Batista, Giovanna Hernandes, Guilherme Mendes Muniz.

Iluminação
Juliana Spadot e Rodrigo Ribeiro

Produção e edição de vídeo
Guilherme Muniz, Johnny Faustino e Rodrigo Ribeiro

Operação de som
Julia Coelho

Direção e adaptação
Juliana Spadot

Dias 03 e 04 de dezembro, 20h
No Teatro Gino Carbonari
Ingressos 5 Reais
Informações: 3815-8293




No final de semana seguinte os espetáculo "No palco da vida" reunirá os Notívagos Burlescos e a Oficina da Dança no Teatro Municipal para o encerramento de nossas atividades de 2010. No palco teremos cenas com os participantes da Oficina de Iniciação Teatral e da Oficina de Interpretação da Associação Teatral Notívagos Burlescos e coreografias de Ballet, Dança Contemporânea, Sapateado e Jazz da escola Oficina da Dança. A apresentação será no domingo, dia 12, 20h e os ingressos terão o custo promocional de 10 Reais.

Pessoal da Oficina de Iniciação

17 de nov. de 2010

Novembro até então

Muita aconteceu em duas semanas. Apresentações, conquistas e encontros.

Giovanna Hernandes

No dia primeiro de novembro tivemos evento no espaço. Rolaram apresentações de cenas e improvisos, som ao vivo e samba-rock pro povo se divertir. Na verdade não eram bem cenas. Eram depoimentos, resultados de estudos e práticas da Oficina de Interpretação. Neste dia foram cinco partipantes da oficina que se apresentaram: Talita Lanças, Rodrigo Ribeiro, Giovanna Hernandes, Guilherme Mendez e Juliana Spadot.

Rodrigo Ribeiro

Os improvisos ficaram por conta do Núcleo de Improviso. Mas nenhuma das fotos que eu tirei ficaram boas, infelizmente. Na sequência rolou som ao vivo com o Henrique Rabadan, tocando suas músicas, parcerias e de amigos, acompanhado do Fernando Basseto.

Rosângela Oliveira

Outros depoimentos da Oficina de Interpretação foram apresentados no domingo seguinte, dia 7, lá no Caleidoscópio. Pra quem não sabe, o Caleidoscópio é um evento realizado semestralmente no Sítio Beira Serra onde rola de tudo: teatro, música, circo, dança, artesanto e várias outras paradas. Neste dia se apresentaram Rosângela Oliveira, Lélis Luciano e Bruna Balbi.

Bruna Balbi


Alguns depoimentos não puderam ser apresentados, mas começamos nos nossos estudos um trabalho com cenas em duplas que deverão ser apresentadas em dezembro, dia doze. No mesmo dia o pessoal da Oficina de Iniciação deverá também marcar presença, com algumas cenas de conclusão do processo.

Por falar nisso, neste ano temos uma novidade na nossa apresentação de conclusão das atividades do semestre. Tradicionalmente realizamos essa mostra de cenas com o nome "Notívagos Burlescos: Ativar!!!", mas desta vez vamos experimentar algo diferente. A apresentação será realizada em parceria com a Oficina da Dança, portanto teremos cenas e coreografias. Em breve mais detalhes.



Na semana passada, finalmente saiu o resultado: A Associação Teatral Notívagos Burlescos foi uma das seis entidades de Botucatu selecionadas para integrar a rede nacional de Pontos De Cultura! Serão três anos de convênio com o Ministério da Cultura e Prefeitura Municipal de Botucatu, onde poderemos ampliar e melhor estruturar nossas atividades e nosso espaço! Uma conquista que nos permitirá alçar novos vôos, atendendo um número maior de participantes de oficinas e espectadores e criando espetáculos que atendam a demanda artística de Botucatu e de outras cidades da região.
Nas próximas semanas o contrato deve ser assinado e em janeiro teremos muito trabalho pela frente. Um trabalho delicioso e muito almejado!


No último sábado onze de nós acordamos muito cedo para pegar um ônibus rumo a Mostra Ademar Guerra 2010.

Talita, Carol, Fernando, Danilo, Luan, Rose, Guilherme e Giovanna na Barra Funda.



A mostra foi um grande encontro dos 29 grupos participantes do projeto e seus respectivos orientadores, concluindo as ativades do projeto neste ano de 2010. O palco mais uma vez foi a Oficina Oswald de Andrade e a programação foi intensa.



No sábado a tarde, após a abertura, tivemos um debate sobre dramaturgia com a presença de Lauro Cesár Muniz, Grace Passô e o figura que eu não consigo lembrar o nome e nem tenho onde ver porque perdi minhas anotações no último dia.



Na parte da noite rolou o DCC, Dramaturgia Concisa e Contemporânea, um encontro aleatório entre dramaturgos e atores organizado pela Cláudia Shapira e a Ana Roxo do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. O lance funciona mais ou menos assim: Dramaturgos podem se increver com texto prontos, de no máximo dez minutos, ou para escrever uma cena curta. Atores podem se inscrever para ler os texto. Rolam os sorteios e, enquanto os sorteados para escrever tão escrevendo, vão sorteando cenas prontas para ser lidas. A Rose foi uma das atrizes sorteadas e leu uma cena bem legal, onde ela destruía a estátua da Mulher-Maravilha no museu de cera de Nova York.

Cia. Mênades e Sátiros de Presidente Prudente

O domingo foi todo dedicado a apresentação de cenas, fragmentos e performances dos grupos participantes, num grande mosaico da produção teatral do interior do estado. Divididos em quatro rodadas os grupos apresentavam seus trabalhos pelas salas, corredores, pátios, muros e calçadas da Oficina Oswald de Andrade. Muita coisa legal e interessante.





Os Notívagos não apresentaram exatamente uma cena. Não sei ao certo dizer se era uma performance ou uma instalação. Mas foi a maneira que encontramos de cada um compartilhar suas impressões sobre o que significaram nossas descobertas e redescobertas neste ano. A apresentação e interação com o público trouxe novas idéias e despertou o desejo de investigar um pouco mais essa linguagem.



Mesmo depois da festinha que rolou na Sede Luz do Pessoal do Faroeste na noite do domingo, todas as 280 pessoas que participavam do encontro estavam lá na segunda de manhã para participar do debate sobre a vida teatral no interior do estado com presença dos medalhões Cláudio Mendel, Jorge Vermelho e Roberto Gil Camargo. E nos tornamos doze com a chegada do Rodrigo, que não pode participar do encontro todo porque tinha vestibular no domingo.

Todos nós e nosso orientador Rudifran Pompeu

A tarde de segunda foi um momento de avaliação, celebração e despedida. Três dias de muitas trocas, compartilhamentos, percepções e descobertas. Ter a oportunidade de conhecer outras pessoas que também fazem teatro pelo interior do estado e trocar figurinhas é uma coisa fantástica. Se no lugar de festivais competitivos tivéssemos encontros desse tipo todo mundo sairia ganhando. Muitos ficaram com a sensação de que mais encontros são necessários. Seja pelo Projeto Ademar Guerra, seja por inciativa dos próprios grupos.

28 de out. de 2010

isto não é uma FESTA



Isto não é uma FESTA. Não apresentaremos CENAS. Não vai rolar SOM AO VIVO. Não teremos a HORA DA VITROLA, onde você poderia trazer os seus discos de vinil pra gente tocar aquela música que faz um bom tempo que você não ouve com saudosos chiados ao fundo. E também não vamos tocar músicas pra quem quiser DANÇAR. Não vamos vender bebidas. Não vai ser nada divertido. Se eu fosse você não ia.

Não será no
ESPAÇO DOS NOTÍVAGOS
Rua Pedro Amando de Barros, 181 (duas esquinas acima da Currascaria Tabajara)
Primeiro de novembro, a partir das oito e meia da noite, entrada cinco Reais
A renda não será em benefício da Associação Teatral Notívagos Burlescos

21 de out. de 2010

IBEJIS

Amanhã no Teatro Municipal de Botucatu tem apresentação do Pessoal do Faroeste pelo Circuito SESI. Levem as crianças que vocês amam e as crianças dentro de vocês. Entrada franca!



Inspirado na lenda dos gêmeos nas culturas africana, católica e grega, o espetáculo reúne em cena elementos representações de folguedos e elementos da cultura popular brasileira, como cantigas populares adaptadas e uma cenografia móvel com tecidos e teatro de bonecos.

A história contada na peça é um recorte do sincretismo religioso na formação das festas populares do Brasil, como festas do divino, boi-bumbá, frevo etc. Dessa forma, Paulo Faria, diretor e dramaturgo da Companhia, investigou a lenda dos Ibejis africanos, passou aos santos católicos São Cosme e São Damião, gêmeos presentes em outras culturas, como a criação do signo de Geminis na constelação zodiacal criada na mitologia grega, para criar a leitura teatral nesse contexto. “A idéia é aproximar a mitologia africana da história universal do homem, entendendo que a África é o continente mais antigo da humanidade e berço da civilização humana”, explica Faria.

Fundada em janeiro de 1998, a Cia tem tido como fonte de pesquisa a vida social e política do povo brasileiro por meio de seu imaginário popular e de sua cultura. A companhia tem como principais montagens: Um Certo Faroeste Caboclo (1998), que recebeu o prêmio Teatro Jovem Coca-Cola/Pananco de Melhor Direção (Paulo Faria) e Melhor Coreografia (Luís Miranda) e as indicações de Melhor Música (Eliseu Paranhos), Rei dos Ventos e, em 2000, A Mulher Macaco, que recebeu o Prêmio Nacional Plínio Marcos de Dramaturgia/2000 e foi patrocinada pelo Grupo Construcap (Lei Mendonça) e o Programa Federal EnCena Brasil. Inaugurou e desenvolveu parceria de ocupação por dois anos com o Centro Cultural Capobianco, atual Instituto Cultural Capobianco. O Índio (2003) fez parte do Projeto Escola Aberta, Recreio nas Férias e Circuito CEUs – prefeitura de São Paulo. Em 2002, iniciou o projeto Trilogia Degenerada: Um inventário sobre a cidade de São Paulo, sobre o processo de formação histórica da cidade de São Paulo. Todos os trabalhos foram concedidos pela lei de Fomento ao Teatro da Secretaria do Estado de Cultura, assim como as montagens Re-bentos, Os Crimes de Preto Amaral, em 2006, e Labirinto Reencarnado, em 2008. O que viabilizou a criação da Sede Luz do Faroeste, localizado em Campos Elíseos.

Ibejis

Direção e dramaturgia: Paulo Faria

Elenco: Isadora Ferrite, Paulo Arcuri, Mauricio Badé, Welton Santos

Figurinos: Paulo Faria

Direção musical e preparação vocal: Denise Venturini

Preparação percussiva: Jorge Peña

Preparação física: Eduardo Gomes

Bonecos e adereços: Jeferson Cecim

Iluminação: Ciso de Souza

Produção executiva: Valmir Gustavo

Produção Administrativo Financeiro: Teca D´Alessio

Coordenação de Produção: Sabrina Flechtman

Fotos: Lenise Pinheiro

Comunicação da Cia: Vanessa Hassegawa


ONDE: Teatro Municipal Camillo Fernandez Dinucci
QUANDO: Sexta, 22 de outubro, 20:30hs
QUANTO: ENTRADA FRANCA!

14 de out. de 2010

O Ator

"Por mais que as cruentas e inglórias batalhas do cotidiano tornem um homem duro ou cínico o suficiente para ele permanecer indiferente às desgraças ou alegrias coletivas, sempre haverá no seu coração, por minúsculo que seja, um recanto suave onde ele guarda ecos dos sons de algum momento de amor que viveu na sua vida.

Bendito seja quem souber dirigir-se a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingí-lo no pequeno núcleo macio de sua sensibilidade e por aí despertá-lo, tirá-lo da apatia, essa grotesca forma de autodestruição a que por desencanto ou medo se sujeita, e inquietá-lo e comovê-lo para as lutas comuns da libertação.

Os atores têm esse dom. Eles têm o talento de atingir as pessoas nos pontos onde não existem defesas. Os atores, eles, e não os diretores e autores, têm esse dom. Por isso o artista do teatro é o ator.

O público vai ao teatro por causa dos atores. O autor de teatro é bom na medida em que escreve peças que dão margem a grandes interpretações dos atores. Mas o ator tem que se conscientizar de que é um cristo da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que o ator tenha muita coragem, muita humildade e, sobretudo um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade em favor da personalidade de sua personagem, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem.

Eu amo os atores nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão. Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele, como viajante solitário, sem bússola da fé ou da ideologia, é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente, procurando no seu mais secreto íntimo afinidades com as distorções de caráter que seu personagem tem. E amo muito mais o ator quando, depois de tantos martírios, surge no palco com segurança, emprestando seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade para expor sem nenhuma reserva toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado. Eu amo o ator que se empresta inteiro para expor para a platéia os aleijões da alma humana, com a única finalidade de que seu público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor que tem que ser construído pela harmonia e pelo amor. Eu amo os atores que sabem que a única recompensa que podem ter não é o dinheiro, não são os aplausos. É a esperança de poder rir todos os risos e chorar todos os prantos. Eu amo os atores que sabem que no palco cada palavra e cada gesto são efêmeros e que nada registra nem documenta sua grandeza. Amo os atores e por eles amo o teatro e sei que é por eles que o teatro é eterno e que jamais será superado por qualquer arte que tenha que se valer da técnica mecânica."

Plínio Marcos


8 de set. de 2010

Manifesto do Teatro Periférico

Ainda quero pensar um pouco mais antes de escrever aqui no blog sobre o que tem rolado no Espaço dos Notívagos nas últimas semanas. Por enquanto vou trazendo pinceladas de coisas que temos encontrado em nossas buscas. O Fernando levou esse texto hoje e achei interessante postar aqui.


O texto veio do blog do Eduardo Marinho, www.observareabsorver.blogspot.com

26 de ago. de 2010

O teatro como meio de conhecimento

1
O Teatro sempre foi, de todas as artes, a mais dinâmica, a mais direta, a mais real e a mais viva.

2
Cada representação é única, pois depende, sempre, do estado psicológico dos atores, no ato de representar, e do estado psicológico dos espectadores, no ato de assistir.

3
O Teatro tem que questionar a realidade que o originou. Se não questionar, perde a significação e o propósito. Uma representação teatral não pode ser mais, somente, uma forma de diversão ou de prazer. Nem, tampouco, uma forma de comunicação a serviço de uma ideologia. Ou uma discussão existencial. Não há mais como provocar catarses. A angústia esgotou todas as catarses.

4
Por ser uma formulação artística intrinsecamente associativa, o Teatro deve exigir que espectador seja um elemento participante. Na medida em que o espectador participa, questiona e é questionado. E, questionando e sendo questionado, o espectador tem condições de se transformar e transformar a realidade que o cerca.

5
Hoje, o Teatro não questiona. Apenas mostra. E quanto mais imagem e mais símbolo, mais espetáculo e mais projeção. A maioria das montagens são feitas, apenas, para serem vistas. Como se fossem monumentos ou paisagens. Coisas. E fazer teatro para mostrar coisas é fazer do Teatro também uma coisa.

6
Os meios de comunicação tornaram o mundo tão pequeno, que os homens estão nas portas de todas as casas e podem conversar com todos os moradores. Mas a comunicação é inversamente proporcional à comunicabilidade. Quanto mais informações me fornecem menos eu me comunico. Mais dirigido me sinto.

7
Com o mundo menor do que a Abdera onde nasceu Protágoras, dizem-me que estou no centro de tudo. Que posso saber tudo. Mas eu não sei. Sei, apenas, o que e como . O que está acontecendo e como está acontecendo. Mas por que está acontecendo?

8
Estou na esquina da minha rua. Dois homens se cruzam e soa um tiro, e um deles cai morto na calçada. A cena me mostra, imediatamente, duas coisas: o que aconteceu e como aconteceu.

9
Mas não me diz o que eu mais quero saber: por que aconteceu.

10
Se eu conhecesse os motivos que levaram um daqueles homens a matar o outro, se eu soubesse por que foi praticada aquela morte, saberia tudo. Saberia não só o que aconteceu e como aconteceu, mas conheceria também a verdade daqueles homens.

11
Só o por que me permite saber todos os motivos e todas as causas. Conhecendo apenas o que e como poderei, no máximo, supor motivos e supor causas.

12
No por que um daqueles homens puxou o gatilho do revólver estão embutidos todos os motivos e todas as causas que determinaram aquela morte.



CUNHA DE LEIRADELLA
APONTAMENTOS PARA UM TEATRO DE QUESTIONAMENTO

http://triplov.com/leiradella/apontamentos/index.html

24 de ago. de 2010

DESCOBERTAS

No final de semana rolou a Mostra Compartilhamento de Processos do Projeto Ademar Guerra no Espaço dos Notívagos. Abrimos as portas do local de ensaio para compartilhar com os interessados nosso processo de trabalho. Aparentemente em Botucatu não existem muitas pessoas interessadas em saber como nós trabalhamos ou em discutir teatro. Ou a festa no Espaço Cultural estava muito boa. De qualquer maneira, os poucos que por lá apareceram puderam ouvir um pouco sobre como foi o processo de montagem das peças Ana Rosa, Mirabelli e Frei Fidélis até aqui. Depois do bate-papo apresentamos uma de Frei Fidélis e a peça Ana Rosa.







Depois do evento nós tivemos uma longa conversa com nosso orientador do Projeto Ademar Guerra sobre o que realmente fazemos ali no andar de cima do número 181 da Rua Pedro Amando de Barros. A conversa trouxe muitas descobertas e questionamentos. E apontou que uma atitude é premente.

20 de ago. de 2010

MOSTRA COMPARTILHAMENTO DE PROCESSOS TEATRAIS



A Associação Teatral Notívagos Burlescos é um dos 29 Grupos de Teatro, de 27 cidades, que abrirão seus espaços de trabalho no mesmo dia e na mesma hora para compartilhar com o público procedimentos e vivências de seus processos teatrais.
O evento acontece no próximo domingo, 22 de agosto, às 18h, no Espaço dos Notívagos, Rua Pedro Amando de Barros, 181. Entrada Franca!

A MOSTRA
Programa de Estímulo ao Teatro no Interior do Estado, o PROJETO ADEMAR GUERRA realiza, no dia 22 de agosto, domingo, às 18h00, uma mostra de seu trabalho de orientação artística junto aos grupos do interior, com a participação simultânea de 29 grupos de teatro, em 27 cidades diferentes do Estado de São Paulo. Neste dia, os grupos desenvolverão uma atividade, aberta ao público, de compartilhamento de seus processos teatrais. Antes, porém, já no dia 21 de agosto, todos os grupos, junto ao respectivo orientador artístico do Projeto Ademar Guerra 2010, estarão fazendo trabalhos intensivos, de imersão, em suas próprias cidades. Este trabalho culminará com a abertura para o público, às 18hs do dia 22, em uma atividade compartilhada, mediada pelos orientadores do projeto. Casa aberta, ensaio aberto, dia de visita, momento de encontro, onde o público da cidade pode ser recebido no próprio espaço interno de trabalho do grupo, assistir e/ou até mesmo participar, de uma atividade de seus procedimentos teatrais, seguida de uma troca de idéias e impressões. Esta atividade aberta, realizada ao mesmo tempo, no mesmo dia e horário, por todos os grupos, potencializa uma poderosa energia coletiva de trabalho, uma rede de compartilhamento e encontro em diversos pontos do Estado, gerando, ao mesmo tempo, uma força de projeção e inserção dos próprios grupos em suas cidades.

OS GRUPOS
Os 29 grupos que participam deste compartilhamento foram selecionados, no início deste ano, entre 71 inscritos para participar da edição 2010 do Projeto Ademar Guerra. Representam, em grande parte, a diversidade de trabalhos, linguagens e processos teatrais existentes no interior do Estado. Seus trabalhos partem de temas inspirados em aspectos da cultura popular, em linguagens da tradição como commedia dell´arte, circo, teatro de rua, em histórias reais colhidas em suas próprias cidades ou em experimentações de linguagens associadas a espaços não convencionais, num processo de construção de dramaturgia própria. Também partem de uma dramaturgia mais conhecida, utilizando, geralmente como releitura, a obra de dramaturgos consagrados como W. Shakespeare, Bertolt Brecht, Nelson Rodrigues, Luiz Alberto de Abreu, entre outros. No cartaz encontra-se uma lista dos grupos contemplados nesta edição, os projetos que desenvolvem atualmente, a cidade onde atuam e o local onde acontecerá o Compartilhamento.

O COMPARTILHAMENTO DE PROCESSOS
Alguns dos 29 grupos participantes do projeto já estrearam seus espetáculos em suas cidades. Alguns encontram-se às vésperas de suas estréias e outros estão ainda em processo de pesquisa. A Mostra Compartilhamento de Processos Teatrais do Projeto Ademar Guerra 2010, não é, no entanto, uma “Mostra de Espetáculos”. Estes, os grupos seguirão mostrando, em suas cidades e em outros locais. Esta Mostra consiste num compartilhamento de processos e traduz as profundas reformulações conceituais promovidas na concepção do projeto nos últimos dois anos, cuja principal característica é a priorização dos aspectos pedagógicos com recorte para a verticalização da idéia de “processo”, mais do que de “resultado”. Este conceito é desenvolvido e trabalhado ao longo do ano, através do processo de orientação artística oferecido pelo projeto, incentivando nos grupos a experimentação, identificação e reflexão sobre seus processos de trabalho, antes de se partir para a elaboração dos resultados de suas pesquisas, traduzidos na montagem de seus espetáculos.

A QUESTÃO DO PÚBLICO
Há no Estado de São Paulo, vários festivais e mostras de teatro que conservam ainda a estrutura de competição e premiação. “Fazer para mostrar fora”, montar espetáculos, ou mesmo processos, com “estilo para mostra ou festival” é uma cultura bastante entranhada em grande parte dos grupos em atividade no estado. Tal perspectiva está baseada na idéia de que o reconhecimento obtido fora de seu local de origem, serve de estímulo interno e de valorização externa do trabalho do grupo em sua própria cidade. Isto não deixa de ser verdade, mas, por vezes, acaba gerando um distanciamento do grupo de sua própria comunidade.
A questão do público é um dos focos do Compartilhamento em 2010. A atividade do dia 22 é aberta para quem quiser assistir, mas cabe aos grupos o desafio de descobrir e alcançar seus possíveis públicos específicos para este momento de compartilhamento: pessoas que, de alguma forma, possam estar ligadas ao processo, possam colaborar com a pesquisa do grupo, possam ter alguma coisa a ver com a história que o grupo está contando; professores, intelectuais, artistas da cidade; pessoas que nunca foram ao teatro; grupos de adolescentes, idosos e crianças; grupos ou pessoas interessadas em viver uma experiência teatral; potenciais e futuros integrantes para o próprio grupo e etc., ampliando, assim, as possibilidades de interlocução para além de seu público habitual.

O PROJETO ADEMAR GUERRA – 13 ANOS
Criado em 1997, o projeto tem como objetivo principal propiciar orientação artística especializada a grupos teatrais em atividade no interior. Esta orientação se dá através da contratação e envio de profissionais de teatro (orientadores artísticos) para atuarem junto aos grupos selecionados, num processo pedagógico de acompanhamento de seus processos de pesquisa e/ou montagem de espetáculos. É realizado pela Secretaria de Estado da Cultura, através da ASSAOC – Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo. O nome do projeto homenageia o grande diretor de Teatro Ademar Guerra, falecido em 1993.

O PROCESSO DE ORIENTAÇÃO ARTÍSTICA DO PROJETO
O orientador artístico do Projeto Ademar Guerra é um profissional de teatro (diretor, ator, dramaturgo, professor, etc.) com experiência, tanto na atividade artística, quanto em atividades de formação. Entre os meses de abril e novembro, duas vezes por mês, a cada quinze dias, este profissional visita o grupo em sua cidade, estabelecendo, com o diretor e o grupo, um diálogo de acompanhamento em seu processo de pesquisa e/ou montagem de espetáculo. Este profissional é responsável por estimular, provocar e orientar o grupo, priorizando o trabalho coletivo, o acesso aos procedimentos criativos em teatro, a busca de autonomia tanto artística como de produção, sempre respeitando as características da proposta de trabalho desenvolvida pelo próprio grupo.

EQUIPE DO PROJETO
Em 2009, o projeto passou por uma profunda reformulação administrativa e conceitual. Para elaborar esta reformulação e assumir a coordenação do projeto, a Secretaria de Estado da Cultura convidou o diretor teatral Abílio Tavares. Esta reformulação consistiu na constituição de uma equipe pedagógica para acompanhar e avaliar o projeto, coordenada, em 2009, pela atriz, diretora e pedagoga Maria Tendlau e, em 2010, pela atriz e diretora Miriam Rinaldi. A escolha dos grupos e contratação da equipe de orientadores de cada edição são feitas a partir da abertura de processo público de seleção, visando, principalmente, propor aos grupos uma discussão atual sobre a relação existente entre linguagem e discurso, contidos em seus processos de pesquisa e/ou montagem de espetáculos.

SOBRE ADEMAR GUERRA (1933 - 1993)
Ademar Guerra foi um dos grandes encenadores da cena brasileira, com uma produção diversificada, que se estendeu também para espetáculos de dança, música e séries para televisão. Nasceu em Sorocaba e iniciou sua carreira no teatro amador de Campinas na década de 50, onde dirigiu seu primeiro espetáculo. Seu trabalho era focado especialmente na busca de uma coerência entre a linguagem e o discurso de seus espetáculos e o respeito à primazia do ator na cena.


MAIORES INFORMAÇÕES
(11) 2292-7711/2292-7071 - Ramais: 218 e 220
(11) 8316 9875 – Abílio Tavares (Coordenador Geral do Projeto)
(11) 7889-2856 – Michelle Gonçalves (Produtora do Projeto)

13 de ago. de 2010

NO MÊS PASSADO E NA SEMANA QUE VEM

Já estamos no meio de Agosto e não rolou ainda o registro aqui no blog das atividades que rolaram no Espaço no dia 17 de julho. No fim das contas não fizemos um mega inauguração. Fizemos apresentações para convidados e amigos, mais como um exercício de como o Espaço pode funcionar. Uma pré-inauguração, digamos.
Às 18hs fizemos uma leitura dramática do texto “O baterista de jazz”. Bruno Carboni, o autor do texto, dirigiu Débora Lopes, Carol Galvani e Juliana Sapadot na leitura.Esse sábado, aliás, foi o último dia do Bruno com a gente. No dia seguinte ele partiu pra Assis em missão de conclusão de seu curso superior de História.



Duas horas mais tarde rolou um “revival” de Dorotéia e os Farsantes. E mesmo sem treinar nos últimos meses o pessoal mandou bem nos improvisos.


Logo depois os assentos do espaço foram reconfigurados e tivemos a estréia da peça “Um ventre para a solidão” com o Núcleo Titãs. No elenco Johnny Faustino, autor do texto, Rodrigo Ribeiro, Danilo Batista e Felipe Pascussi.


Pra fechar a noite tivemos palco livre para que todos os presentes pudessem apresentar o que bem entendessem. O Johnny foi o mestre de cerimônias e teve música, cenas, improvisos, poesia, piadas... Esperamos em breve repetir a experiência e fazer do palco livre uma prática freqüente.


Pra quem não pode ir em julho, neste mês temos atividade aberta ao público também! Dia 22 de agosto o Espaço dos Notívagos abre as portas para a comunidade e realiza a Mostra de Compartilhamento de Processos do Projeto Ademar Guerra. A mostra é um evento estadual que será realizado no mesmo dia e horário nas 27 cidades participantes da edição 2010 do Projeto Ademar Guerra da Secretaria de Estado da Cultura. Esse encontro é uma oportunidade para o público conhecer nosso espaço de trabalho e assistir uma atividade seguida de troca de idéias e impressões. Falaremos sobre o processo de criação das peças da Trilogia da Fé (Ana rosa, Mirabelli e Frei Fidélis) com apresentações de cenas e registros de ensaios e apresentações realizadas nos últimos cinco anos. O encontro será mediado pelo nosso orientador artístico Rudifran Pompeu, ator, diretor e dramaturgo do grupo Redimunho de Investigação Teatral. Apareçam por lá:

MOSTRA DE COMPARTILHAMENTO
DE PROCESSOS ADEMAR GUERRA

Espaço dos Notívagos
Rua Pedro Amando de Barros, 181, Bairro Alto
22 d agosto, 18hs
ENTRADA FRANCA!

ANA ROSA, criação de cenas em 2005

MIRABELLI, criação de cenas em 2007

FREI FIDÉLIS, criação de cenas em 2010

6 de jul. de 2010

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA OFICINA DE INICIAÇÃO TEATRAL


A Associação Teatral Notívagos Burlescos abre inscrições para Oficina de Iniciação Teatral que será realizada no segundo semestre de 2010. Através do exercício prático, com jogos e exercícios, a oficina pretende, além de estimular e fomentar a atividade cultural e artística na cidade, desenvolver noções sobre o fenômeno teatral, seus aspectos estéticos e seu papel social.
A oficina é gratuita, terá a duração de quatro meses e contará com um encontro semanal que será realizado nas terças-feiras das 19hs às 22hs no Espaço dos Notívagos, localizado na Rua Pedro Amando de Barros, 181. (Dois quarteirões acima da Churrascaria Tabajara.)
Ao todo serão 30 vagas disponíveis para maiores de 14 anos com pouca ou nenhuma experiência teatral. As inscrições estão abertas durante todo o mês de julho e podem ser realizadas pessoalmente no Espaço dos Notívagos, entre segunda e quinta-feira das 19h às 22h, ou pelo e-mail notivagosburlescos@yahoo.com.br. A oficina terá início no dia 03 de agosto.



OFICINA DE INICIAÇÃO TEATRAL
30 vagas para maiores de 14 anos
Encontros toda Terça-feira, das 19h às 22h.
Início: 03 de agosto
Inscrições: notivagosburlescos@yahoo.com.br

5 de jul. de 2010

Férias? Aonde?

As apresentações do final de junho foram um sucesso. Enceramos o semestre com chave de ouro. E trancamos a porta duas vezes.

A estréia do Grito da Borboleta foi muito legal. Com direito a capa de jornal e tudo mais. Pena que não temos previsão de apresentar a peça novamente tão cedo. Quem viu, viu. Quem não viu terá que se contentar com as fotos por enquanto. Peguei algumas da apresentação com a Fernanda "Bobby" ontem, mas a maioria ficou muito escura. Amanhã devo pegar com a Juliana as que tiramos no ensaio antes da apresentação. Assim que tiverem comigo posto aqui e no Flickr.



O "Ativar!!!", como sempre, foi muito divertido. Nesse dia quem tirou fotos foi a Ana Lívia. Infelizmente a bateria acabou antes de todas as cenas terminarem.





O jornalista Renato Fernades também tirou fotos e fez até um vídeo de uma das cenas que já está no You Tube.



Julho! Férias? Não! Temos ensaios de Frei Fidélis, apertando o passo pra não precisarmos adiar a estréia.


E na segunda quinzena retomamos "Ana Rosa & Mirabelli", que deve estrear no Espaço dos Notívagos em agosto.


Por falar em Espaço... Dias 16, 17 e 18 de julho finalmente temos a inauguração oficial! Apresentação de peças, cenas, leituras, música e muito mais. Nos próximos dias divulgaremos a programação aqui no blog.