14 de ago. de 2008

É hoje! ANA ROSA



OS FATOS
No ano de 1885 um crime passional comove os habitantes de Botucatu e entra para a história da cidade. A jovem Ana Rosa é assassinada com requintes de crueldade pelo próprio marido, Francisco Carvalho Bastos, conhecido como Chicuta. No local do uxoricídio foi então construída uma capela, que depois de alguns anos tornou-se famosa na região pelas histórias de milagres e graças alcançadas contadas pelos fiéis. O fato inspirou livros, melodramas de circos populares, modas de viola e quase foi transformado em filme por uma companhia cinematográfica nos anos 40.
A capela, apesar do abandono, ainda resiste. Hoje já faz parte da área urbana da cidade, cercada por um conjunto habitacional, o Quartel do Tiro de Guerra e a Garagem Municipal. No entanto, todos os anos pessoas de diversos estados, quando passam por Botucatu, não deixam de visitar a Capela de Ana Rosa. Seu túmulo no Cemitério Portal das Cruzes é o mais visitado no dia de finados, ficando totalmente coberto de flores depositadas por seus devotos.
Reunindo realidade e lenda, ceticismo e religiosidade, amor e violência, a tragédia de Ana Rosa ganhou várias versões e variações.
A PEÇA
O processo de montagem da peça “Ana Rosa” teve início em março de 2005 com a pesquisa e estudo de textos, músicas, livros e reportagens. Tendo como base os frutos deste trabalho, algumas cenas foram criadas pelos atores do Núcleo de Improviso da Quadrilha de Teatro Notívagos Burlescos. Com as cenas já criadas uma dramaturgia foi desenvolvida, resultando no texto final que estreou em setembro de 2006.O grupo agora reestréia a peça com um novo elenco formado em sua maioria por participantes da Oficina de Iniciação de 2007.

A ENCENAÇÃO
A proposta da Quadrilha de Teatro Notívagos Burlescos de contar a história de Ana Rosa não tem cunho religioso ou melodramático e também não procura ser mais um espetáculo exclusivamente de cultura popular. Presente em diversas comunidades brasileiras, a devoção aos santos não-canônicos envolve processos sociais e de comunicação que revelam os sentimentos e a cultura de um povo. A encenação buscará retratar esse fenômeno social e seus desdobramentos. As versões de devotos e céticos serão mostradas no palco, sem que o partido de qualquer uma delas seja tomado, propondo que o espectador, ao fim do espetáculo, faça suas reflexões e tire suas próprias conclusões.
Para que esse distanciamento seja possível, buscamos inspiração no Sistema Coringa criado no Teatro de Arena, onde atores e atrizes representam indiferentemente personagens masculinos e femininos, interpretando a totalidade da peça e não apenas um dos participantes do conflito.Os atores, trajando um figurino básico, alternarão entre si os personagens lançando mão de um ou dois adereços e a utilização de uma máscara; não a máscara tradicional, mas sim um conjunto de ações, reações e aspectos corporais das personagens.

PROJETO “TRILOGIA DA FÉ”

Através da montagem de espetáculos teatrais sobre a vida de três personagens históricos de Botucatu, a Quadrilha de Teatro Notívagos Burlescos pretende resgatar, preservar e divulgar um patrimônio histórico e aspectos da cultural local. As trajetórias da santa não-canônica Ana Rosa, do médium Carmine Mirabelli e do frei Fidélis possuem elementos de realidade e lenda, misticismo e religiosidade, ceticismo e fé, que envolvem processos sociais e de comunicação que revelam os sentimentos e a cultura de um povo



ANA ROSA

Direção e Iluminação Robert Coelho
Trilha Sonora Fernando Vasques
Cenografia e Figurinos O grupo
Elenco Andréa Morato, Débora Lopes, Diane Dierckx, Erick de Barros, Fernando Vasques, Giovanna Fogaça, Luan Victor, Luana Prestes, Luana Serni, Lucca Ignácio, Miriam Bassetto, Pedro Murari e Rafael dos Santos.

DIA 14 DE AGOSTO, 20hs30min
TEATRO MUNICIPAL CAMILLO FERNANDEZ DINUCCI
ENTRADA FRANCA

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